Jardins: a Manhattan brasileira
24/02/2023
Jardins: a Manhattan brasileira Qualidade de vida, lazer, serviços, mobilidade, escolas renomadas e hospitais mostram por que a região nunca sai da moda — nem do radar do mercado.
O mercado imobiliário paulistano costuma dizer que a região dos Jardins — um agrupamento de quatro bairros nobres da capital paulista, criado ainda no início do século XX — nunca sai de moda: no máximo, faz uma saída de cena temporária, para logo voltar a exercer seu protagonismo. É o que acontece neste momento.
Dividida em duas áreas distintas — a mais verticalizada, da Avenida Paulista à Rua Estados Unidos; e outra predominantemente de residências baixas, da referida rua à Marginal Pinheiros —, os Jardins vivem um pico de valorização do metro quadrado no pós-pandemia, além de um boom de lançamentos de alto padrão.
São diversos projetos em andamento ou recém entregues que estão transformando a paisagem: de parceria da Gafisa com Tonino Lamborghini San Paolo, a marca de automóveis italiana; passando por traços nórdicos nos edifícios da Nortis Incorporadora, idealizados pela norueguesa SPOL Architects; a um lifestyle mais brasileiro e sofisticado, traduzido a quatro mãos pela Helbor e pela Artefacto.
“O design único e a sofisticação dos Jardins farão do Tonino Lamborghini um novo ícone da cidade”, aposta Luis Fernando Ortiz, diretor de Incorporação da Gafisa. O residencial deverá ficar pronto em 2025 e terá 17 apartamentos-tipo e cobertura duplex em uma torre e 96 estúdios em outra.
OBJETO DE DESEJO Para Lucas Tarabori, diretor Comercial da Nortis, os bairros dos Jardins são os mais desejados para se viver na cidade. “A razão é a grande oferta de serviços, lazer, escolas e hospitais próximos. Dá para fazer tudo a pé”, afirma.
A empresa tem três projetos recentes na região: o Nord, com unidades de 80 metros quadrados, entregue no final de 2022; e os luxuosos Solo e Arte Concreta, de 240 e 320 metros, em fase de construção.
Segundo Tarabori, 70% dos clientes vêm da própria região ou de bairros adjacentes. “São pessoas que já conhecem a região e buscam imóveis com projetos mais modernos”.
Há muitos “forasteiros” também. Por conta das facilidades e da proximidade com atrações turísticas, culturais e gastronômicas — cerca de 30% dos restaurantes com estrela do Guia Michelin na cidade ficam nos Jardins —, a região é bastante procurada por compradores de outros estados.
“É um bairro muito plural que atrai pessoas do Brasil todo”, diz Marcelo Bonanata, diretor de Vendas da Helbor. No lançamento do Helbor Jardins, por Artefacto — uma cocriação com a marca de móveis —, moradores vindos das regiões Sul, Centro-Oeste e Nordeste dividirão a piscina, a sauna e a sala de massagem. “Vendi três unidades para três amigos de Salvador, que são vizinhos lá e decidiram comprar juntos”, conta Bonanata.
SEGREDO DO SUCESSO A qualidade de vida torna os Jardins objeto de desejo de todos. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos bairros tem nota 0,957, equivalente à de capitais europeias.
Por seu conceito de “cidade-jardim”, trazido da Europa pela Cia. City de Desenvolvimento Urbano para o loteamento que gerou os bairros, a cobertura verde das ruas e avenidas é uma das maiores da cidade: em média, 11 árvores para cada cem metros de via.
Tudo isso, aliado às comodidades do dia a dia, levou a região ao terceiro metro quadrado mais caro da capital, em média, segundo o balanço 2022 do FipeZAP: R$ 14,1 mil — 5,7% acima do ano anterior. Mas, para imóveis novos de alto padrão, o valor pode ser cinco vezes superior.
“É onde a demanda menos oscila, o destino que oferece menor risco ao investidor imobiliário”, avalia Marco Túlio Vilela Lima, CEO da Esquema Imóveis. “Os Jardins são para São Paulo o que Manhattan é para Nova York: um lugar onde tudo acontece e todos querem morar. Sempre há procura”, resume. (Imóveis de Valor, Valor Econômico)
(VALOR ECONÔMICO IMÓVEIS DE VALOR, 20 DE JANEIRO DE 2023)